Aula 6 – O Corpo Biraniano | Prof. Israel Costa

Curso Livre Filosofia, Corpo e Acessibilidade
Aula 6 – O Corpo Biraniano | Prof. Israel Costa

Nesta aula do curso "Filosofia, Corpo e Acessibilidade", discutimos a noção de corpo próprio a partir da filosofia de Maine de Biran, especialmente como este conceito é retomado e desenvolvido por Michel Henry em sua Fenomenologia da Vida.

O professor Israel Costa apresenta o corpo biraniano como mais do que um objeto físico — trata-se de uma carne revelada pela vida, dotada de potência sensível, impressiva e afetiva. Essa abordagem desafia distinções clássicas entre corpo e espírito, aproximando o corpo da ideia de transcendência.

A aula propõe uma reflexão sobre como essa concepção filosófica pode enriquecer o debate contemporâneo sobre acessibilidade, ao reconhecer no corpo não apenas limitações, mas também um poder originário de expressão da vida.

Formulário de Presença: https://forms.gle/binriz95EF8tuwRd6

Resumo

Nesta aula, nos aprofundamos na concepção de corpo elaborada por Maine de Biran e posteriormente desenvolvida por Michel Henry dentro do sistema da Fenomenologia da Vida. O conceito de corpo biraniano, ou corpo próprio, vai além da noção de corpo como objeto físico, apresentando-o como expressão direta da vida — uma “carne revelada”, afetiva, sensível e irrepetível.

O professor Israel Costa analisou como essa abordagem filosófica rompe com os modelos tradicionais da filosofia cartesiana, nos quais o corpo é tratado como algo externo ou separado da consciência. Em Michel Henry, o corpo não é um simples objeto entre outros no mundo, mas aquilo que se revela por dentro, na vivência íntima da vida que sente, sofre, toca e é tocada.

Ao reconhecer essa dimensão interna e vital do corpo, a aula propôs reflexões sobre como essa visão pode enriquecer os debates contemporâneos sobre acessibilidade, deslocando o foco da deficiência como falha e reposicionando o corpo como centro de uma experiência vivida, plena e originária.

Essa perspectiva oferece uma chave ética e existencial para pensar o cuidado, a empatia e a inclusão, ao compreender que o corpo, em sua vulnerabilidade e sensibilidade, é justamente o ponto onde a vida se manifesta com mais intensidade. Revisitar a proposta biraniano-henryana nos convida, portanto, a uma nova forma de escuta e presença diante do outro — uma presença sensível, viva e comprometida com a dignidade do sentir.